Por Júlia Zaremba
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Emagrecer em pouco tempo é o desejo de muitas mulheres. Para atingir o objetivo, algumas acabam adotando dietas radicais, sem acompanhamento médico, que podem terminar de forma trágica. Foi dessa forma que a consultora Cintia Cunha, de 37 anos, morreu no último domingo. Segundo amigas próximas, a mulher, moradora da Zona Leste de São Paulo, iniciou uma dieta rigorosa em fevereiro, ingerindo apenas 400 calorias por dia - quando o ideal para as mulheres é consumir cerca de 2 mil diariamente. Após meses de internações em hospitais por conta de uma anemia profunda e infecções, ela acabou morrendo.

- Depois desse comentário, ela surtou. Quis emagrecer a qualquer custo. Começou, então, a fazer uma dieta muito severa por conta própria, sem acompanhamento médico, à base de 400 calorias por dia. Ela só tomava suco, não comia mais nada, dizia que era para desintoxicar o organismo. O que aconteceu foi que a imunidade começou a baixar e, como já tinha problemas de saúde decorrentes da obesidade, ficou anêmica - conta a amiga.
Segundo Lucilene, a primeira internação foi em março e, a partir daí, os problemas só foram aumentando.
- Ela entrou no hospital com anemia e, como estava fraca, os problemas só foram aumentando: adquiriu uma infecção, pneumonia e teve problemas no fígado e no coração. Cada hora era uma coisa, passava dois, três dias em casa e já voltava ao hospital. Mesmo assim, ela nunca reclamou de sua condição, estava sempre sorrindo - lembra Lucilene.
A comerciante Madlon Tavares também fazia parte do grupo de apoio no Facebook. Segundo ela, além dos problemas causados pela dieta, Cintia sofria com os problemas decorrentes da obesidade mórbida.
- Ela era hipertensa, tinha a pressão alta e era diabética. Sua perna chegou a ficar paralisada. Sentia muitas dores nas pernas, as articulações estavam muito desgastadas - lembra.
Os últimos meses foram de muita luta para Cintia. Segundo Lucilene, a amiga já não respondia às medicações e, como sentia muitas dores, vivia à base de morfina. Além disso, também não conseguia mais se levantar da cama. A morte ocorreu na madrugada de domingo, no Hospital da Luz, em Vila Mariana, após entrar em coma e sofrer falência múltipla dos órgãos.

- Ela era muito bem resolvida, uma pessoa muito positiva. Dizia que não aceitaria que ninguém a colocasse para baixo. Tinha a autoestima muito boa. Mas, apesar disso, seu psicológico foi abalado com o comentário daquele homem. Acabou ficando deprimida - conta, destacando que a amiga perdeu 19 quilos em apenas 10 dias.
No dia 17 de abril, quando estava internada em um hospital, Cintia gravou um vídeo e o divulgou em sua página do Facebook. Durante a gravação, ela alertou que “isso era resultado de um emagrecimento rápido, sem saúde e feito por conta própria” e que estava com “anemia profunda” e com “os órgãos em falência”: “um dia, uma pessoa me falou que eu não seria ninguém se fosse gorda. E aí o que aconteceu? Emagreci 45 quilos em menos de seis meses. E o resultado é esse: vivo internada na UTI, doente e com risco de vida. Temos que procurar nos amar como somos. Se alguém quer emagrecer, acho que tem que fazê-lo por causa da saúde, e não motivado pela opinião alheia”, desabafou a mulher. O vídeo foi compartilhado mais de de sete mil vezes e teve quase 700 mil visualizações.
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