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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A hora e a voz das gordinhas


Por Marlos Ápyus
Publicado originalmente: Arrudeio.


Se você acha que a ditadura da magreza continua sendo o único modelo em vigor no show business, está na hora de rever seu achismo. Tudo bem que artistas como Madonna e Lady Gaga seguem exibindo abdomens malhados por aí; Christiane Pelajo, musa das timelines pós meia noite, do nada surgiu com um sutiã alguns números menor; a Globo jogou Zeca Camargo e Renata Ceribelli num reality show para ver se dão jeito nas gordurinhas em excesso; e todo mundo segue elogiando o esforço de Solanja, vocalista do Aviões de Forró, na perda de 52 quilos após uma redução de estômago. Mas os palcos já suportam bem as novas curvas de cantoras como Christina Aguilera e Mariah Carey; e foi-se o tempo em que o umbigo de Britney Spears era exibido em close nos seus videoclipes.
A revolução talvez tenha começado com Pequena Miss Sunshine, longa independente que em 2006 abriu os olhos do mundo para uma fábrica de crianças em formato de barbie, e que com muito bom humor fez todo o planeta se apaixonar por uma garotinha barrigudinha que fugia completamente dos padrões exigidos em competições do gênero.

E tal revolução se consolidou com Mika berrando às gordinhas do mundo que sim, elas era bonitas, no hit “Big Girl (You are Beatiful)“, composto em homenagem à sua mãe, uma “grande mulher” que sofreu bastante preconceito pelos quilinhos a mais.

Resultou que o maior sucesso de 2011 até agora responde pelo nome de Adele, uma volumosa britânica que em nada lembra as Beyoncé’s da vida que tanto monopolizaram o dial na última década. Cria do MySpace, ganhou a América após uma apresentação no Saturday Night Live. Com seu segundo álbum, “21“, chegou a tal sucesso que tornou-se a primeira artista a ter, ainda viva, duas canções e dois álbuns ao mesmo tempo no Top 5 da Inglaterra, algo que não ocorria desde os Beatles em 1964.



Ainda sem vez na terra do Tio Sam – para azar dele, diga-se – brilha na europa a gordelícia Caro Emerald, cantora de jazz holandesa que canta em inglês para uma melhor aceitação. Oriunda de uma orquestra de funk – sim, de funk! – chamou atenção da Europa com o single “Back it up” em meados de 2009. Daí para já no início de 2010 lançar “Deleted Scenes from the Cutting Room Floor” foi bem fácil. Mas, apesar do rótulo, seu repertório é bem variado, permitindo-se a incursão também pelo pop, ska e reggae.

No Brasil, a gordinha da vez se chama Tulipa Ruiz. Santista radicada em Minas, voltou para São Paulo aos 22 anos com fins acadêmicos. Após algumas participações em bandas com amigos da PUC, foi convidada pelo jornalista Ronaldo Evangelista a fazer um show solo no Teatro Oficina. Ganhou elogio do produtor Nelson Motta, o que lhe deu bala para gravar um ótimo primeiro álbum. “Efêmera” foi lançado em maio de 2010, ganhando crítica e público, e a qualificando a participar de festivais musical Brasil afora, cujo mais recente foi o já clássico Abril Pro Rock.


Nos dizemos: "Ja esta mais do que na hora das gordinhas sairem da toca, nao apenas para soltarem o vozerao que Deus lhes deu mas para mostrar que a ditadura da magreza esta com os dias contados."


Beijos

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