Choose a Language:

quinta-feira, 28 de abril de 2011

As Twiggys* que me perdoem, mas os homens preferem as Marilyns


Do Blog “Dia de Amar o seu corpo” - por Claudia Franco


Hoje mais do que nunca estou convencida de que as mulheres gostam de ficar magras para agradar ou fazer inveja para as outras mulheres.


A indústria da moda nos impôs um padrão de beleza que é humanamente injusto e totalmente fora do padrão real das mulheres que circulam pelas ruas no mundo inteiro.


Ser eternamente magra e jovem é viver eternamente em uma prisão onde a tortura psicológica e emocional é o prato principal de todas as refeições.


As mulheres sucumbem diante das deusas estampadas nas capas de revistas. Mulheres magérrimas, sempre jovens, de pele perfeita, cabelos impecáveis e olhos e dentes brilhantes.


Assim como a lei obriga os fabricantes de cigarros a colocarem as fotos de pessoas com doenças causadas pelo fumo nas embalagens, também deveriam obrigar as revistas a colocarem algumas das fotos, em seu estado natural, sem a edição dos softwares que transformam a casca da laranja na seda mais lisa jamais vista.


Quem conhece os softwares de tratamento de imagens sabe que é possível fazer de tudo – ou quase tudo. Com estes softwares é possível melhorar a iluminação da foto – o que é muito importante para a estética geral do modelo – eliminação dos sinais da pele, correção de tom da pele, cor do batom, maquiagem, afinamento de sobrancelhas, redução dos sinais de idade na pele e das marcas do rosto, afinar ou engrossar pernas, tirar barrigas, contornar bumbuns e cinturas.


Na época de Marilyn estes softwares não existiam e acredite: até hoje os homens preferem as mulheres sensuais, com o corpo em forma, mas cheinho. Marilyn Monroe conquistou o mundo por sua beleza sedutora e suas curvas. É uma das mais famosas estrelas de cinema de todos os tempos, um símbolo de sensualidade e um ícone de popularidade no século XX.


Nao eº segredo que só as mulheres gostam de mulheres magras. As mulheres que exageram na magreza querem impressionar o próprio gênero. A mulher se produz para a mulher. Não tem nada a ver com sexualidade, mas com aceitação, com reconhecimento entre iguais. Ser magra corresponde a ser aceita, a fazer parte do grupo das mulheres magras.





Há os homens preferem as mulheres com curvas e volumes.




· Uma pesquisa realizada pela Universidade de St. Andrews, na Escócia, revelou que os homens preferem mulheres com corpos normais a aquelas muito magras. O estudo foi realizado com um grupo de estudantes, que tiveram que classificar fotos do rosto de mulheres em relação à atração e saúde mostradas pela imagem.


· Uma pesquisa americana também comprovou que os homens preferem mesmo as mulheres mais volumosas, mesmo sem ter consciência, eles ligam as curvas das mulheres mais carnudas a saúde e fertilidade.


· Um outro estudo realizado no Canadá, mostrou que a insatisfação corporal e os distúrbios alimentares das jovens estão ligados com o que veem em revistas populares, e isso acabou se tornando um problema de saúde pública.



O mais preocupante é que no mundo inteiro há uma exigência fazendo prevalecer um padrão estético de beleza que não está em equilíbrio com a saúde, por isto muitas jovens desenvolvem certas patologias na busca da perda do peso. Essa busca causa o crescimento acelerado de distúrbios alimentares graves como bulimia e anorexia nervosa.


Todos os estudos e pesquisas realizados até o presente momento mostram que o homem gosta de proporção, gosta do conjunto. A mulher pode ser mais gordinha ou magra, contando que agrade aos olhos, contanto que tenha outros encantos como ser atenciosa, carinhosa ou charmosa.


Para que não restasse nenhuma dúvida pedi a um grupo de amigos que definissem a beleza feminina. Eles responderam:




Luiz Cavalli, artista plástico, 56 anos, de São Paulo, Capital. Beleza feminina: “Uma Mulher bem Brasileira e cheia de saúde com tudo grande….um mulherão….sem medo de ser feliz.!!!!!! E sem medo do peso… tipo mulher carioca…!!!!!!”


Alexandre Luis Konig, metrologista industrial, 38 anos, de Joinville, Santa Catarina. Beleza feminina: “Diria que 50% é beleza fisica, tipo não muito magra e nem muito gorda, mas com o peso ideal e de preferência com conteúdo (atributos femininos, rssss), e os outros 50% devem ser relacionados a bom papo e inteligência e muito carinho, uma mulher carinhosa é tudo de bom.”


Marcelo Queiroz Ferreira Alves Junior, advogado, 28 anos, de Lauro de Freitas- Bahia. “Beleza feminina reluz com a sua postura e seus gestos. Encanta-me a mulher que com simplicidade reflete elegância.”


Augusto Gonçalves, fotógrafo, 40 anos, de São Paulo, Capital. Beleza feminina: “Agora é a parte difícil, dar uma definição para a beleza feminina. Difícil porque não há, na minha opinião, apenas uma definição. É um conjunto de coisas que torna a mulher bela. A beleza física e graciosidade feminina; a força para superar os desafios da vida e competir com os homens no mercado de trabalho; a inteligência e o sentimento na mesma proporção; são inúmeras as qualidades e as definições de beleza, mas todas as mulheres as têm.”



Acima de tudo isto deveríamos nos lembrar que a verdadeira beleza não está nos padrões impostos pela sociedade ou pela moda e sim nos olhos de quem a vê.


Enxergar a nossa beleza começa em nós mesmos. Se quando nos olhamos, não enxergamos nossa própria beleza, nenhuma outra pessoa irá enxergá-la. Precisamos antes de qualquer coisa nos amarmos muito, nos respeitarmos muito. Quanto conseguimos desenvolver o amor incondicional por nós mesmos a beleza brota de dentro para fora e nos tornamos bela para todos ao nosso redor, pois as pessoas passam a lhe ver como você se vê.


A beleza não tem prazo de validade, podemos ser eternamente belas e jovens, pois a beleza é um estado de espírito, é aceitação, é amor próprio.




*
Twiggy Lawson, mais conhecida como Twiggy foi uma modelo, atriz e cantora britânica nascida na Inglaterra e considerada a primeira top model do mundo. Sua imagem quase andrógina, magérrima, pequena, com cabelos loiros muito curtos e imensos olhos realçados com camadas de rímel e cílios postiços, tornaram Twiggy o ícone dos anos 60.






Claudia Franco escreve para o blog CicloFemini - Mulheres que Pedalam

Nenhum comentário: